Por ocasião do 20 de setembro, posto aqui um poemito, no qual faz-se uma crítica aos modismos que desvirtuaram a essência pampa.
Mas agora os tempos são vagos
Sentado sobre os pelegos
Deixo o mate molhar a palavra
Mirando o passado e colhendo
Os poucos versos de mi lavra
Deixo o mate molhar a palavra
Mirando o passado e colhendo
Os poucos versos de mi lavra
Os tempos agora são outros,
A essência pampa se vai, apartada
Os recuerdos agora são poucos
E nossa história se esvai, transformada
A essência pampa se vai, apartada
Os recuerdos agora são poucos
E nossa história se esvai, transformada
A tradição agora tem dono
Como se pudessem embretá-la,
O patrão agora tem trono
E a história se trai, maltratada
Como se pudessem embretá-la,
O patrão agora tem trono
E a história se trai, maltratada
Se fazem agora regramentos
Das vestes da gauchada
E se esquece dos outros tempos
De nossa gênese esfarrapada
Das vestes da gauchada
E se esquece dos outros tempos
De nossa gênese esfarrapada
Memórias índias vão esquecidas
No campo santo das Missões
Palco de lutas aguerridas
Entre lanças e canhões
No campo santo das Missões
Palco de lutas aguerridas
Entre lanças e canhões
Encerram-se liberdades
Nas fronteiras pampeanas
E se criam, nas cidades
Fantasias haraganas
Nas fronteiras pampeanas
E se criam, nas cidades
Fantasias haraganas
Nos campos de Cima da Serra
Novas modas são inventadas
Trazidas de outras terras
Ganham campo nas canhadas
Novas modas são inventadas
Trazidas de outras terras
Ganham campo nas canhadas
Mais estranho é o cancioneiro
Que se diz voz do nosso chão
E espanta o estancieiro,
O capataz e o peão.
Que se diz voz do nosso chão
E espanta o estancieiro,
O capataz e o peão.
Tudo concentra e emana
A mui leal e valorosa,
E os gaúchos de fim de semana
Se desvelam em verso e prosa
A mui leal e valorosa,
E os gaúchos de fim de semana
Se desvelam em verso e prosa
E não importam as tradições
O que vale agora são cargos
E o faz de conta de galpões
O que vale agora são cargos
E o faz de conta de galpões